Seis advogados são denunciados pelo MP-MA por apropriação indevida e uso de documento falso em Arame
05/11/2025
(Foto: Reprodução) Cidade de Arame, a 476 km de São Luís.
Google Earth
Seis advogados que atuam na área criminal na cidade de Arame, a 476 km de São Luís, foram denunciados pelo Ministério Público do Maranhão (MP-MA) por apropriação indébita e uso de documento falso, crimes previstos no Código Penal brasileiro. As denúncias foram apresentadas após a conclusão de inquéritos da Polícia Civil do município.
O caso foi analisado pelo juiz Rafael de Lima Sampaio Rosa, titular da Vara Única da Comarca de Arame, que decidiu aceitar as denúncias e abrir as ações penais contra os investigados.
🔎 O recebimento da denúncia significa que a Justiça considerou haver indícios suficientes para iniciar o processo criminal. Isso não representa uma condenação, mas transforma os acusados em réus, que agora terão o direito de apresentar defesa por escrito.
📲 Clique aqui e se inscreva no canal do g1 Maranhão no WhatsApp
Entre as medidas determinadas, o juiz mandou citar os réus para apresentarem resposta no prazo legal e encaminhar cópias dos processos à Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Maranhão (OAB-MA), para apuração disciplinar, conforme prevê o Estatuto da Advocacia e da OAB (Lei nº 8.906/1994).
Denúncias envolvem idosos e indígenas
Segundo o Ministério Público, os casos envolvem a retenção indevida de valores pertencentes a clientes idosos e pessoas indígenas em ações judiciais. Há ainda suspeita de uso de procurações com impressões digitais falsificadas em processos previdenciários.
Em um dos processos, o MP pediu uma medida cautelar de sequestro de bens para garantir possível reparação de danos às vítimas. O juiz ressaltou que os réus terão direito ao contraditório e à ampla defesa, conforme a Constituição.
“A atuação reflete o comprometimento do Poder Judiciário maranhense em garantir a lisura e a regularidade das atividades jurisdicionais, reforçando a cooperação institucional entre Judiciário, Ministério Público e OAB/MA, em prol da ética profissional e da proteção da confiança da sociedade no sistema de justiça”, afirmou o magistrado.
Veja os vídeos que estão em alta no g1
Combate à litigância predatória
O caso ocorre em meio às ações do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA) para combater a chamada litigância predatória — prática que consiste em usar o sistema judicial de forma abusiva para obter vantagens indevidas.
Também conhecida como “demandismo” ou advocacia predatória, essa conduta envolve o ajuizamento em massa de ações com informações falsas ou sem base legal, o que sobrecarrega o Judiciário e prejudica o acesso à Justiça.
O TJMA tem atuado para coibir esse tipo de prática por meio de cursos, notas técnicas e decisões judiciais, incluindo a identificação de advogados com número excessivo de processos e a extinção de ações com irregularidades processuais.