Réu pelo homicídio de Ana Caroline, encontrada sem pele do rosto e sem olhos, deve ser julgado nesta quarta: 'Quem perdeu fui eu', lamenta mãe

  • 05/11/2025
(Foto: Reprodução)
Vídeo mostra jovem lésbica antes de ser assassinada Está marcado para esta quarta-feira (5) o julgamento de Eliseu Castro, preso suspeito de ter matado a jovem lésbica Ana Caroline Sousa Campelo, de 21 anos. Em dezembro de 2023, Ana Caroline foi encontrada morta, sem a pele do rosto e olhos arrancados, quando voltava do trabalho em Maranhãozinho (MA), cidade a 232 km da capital São Luís. Elizeu Castro está preso desde 2024, suspeito de ter praticado o crime. Imagens de câmera de segurança obtidas pelo g1 registraram os momentos anteriores à morte de Ana Caroline (veja acima). O vídeo mostra a jovem pela Rua Nova Um, via que dá acesso à estrada para Cachimbós. Segundos depois, surge na gravação um homem de camiseta branca em uma moto e faz o mesmo trajeto do que a jovem. O Ministério Público (MP) aponta que o homem é Elizeu. O réu passará por júri popular por homicídio triplamente qualificado, com agravantes de emboscada, tortura e feminicídio (à época da denúncia, ainda não havia o artigo específico e feminicídio era considerado um agravante do assassinato). Ana Caroline Sousa Campêlo, de 21 anos, foi encontrada morta com requintes de crueldade no Maranhão Arquivo pessoal/Polícia Civil Em julho, o júri foi adiado até a nova data nesta quarta-feira (5). São esperadas cinco testemunhas de acusação, além de depoimentos da defesa. Mãe de Ana Caroline, Carmelita Sousa ainda espera respostas que vão além da condenação do suspeito. Segundo a dona de casa, ela não tem nem sequer uma versão do que aconteceu. "Eu nunca tive esse assunto. 'Olha, aconteceu isso, Dona Carmem (como é conhecida a mãe de Ana), o cara ficou observando tantos dias'. Nunca tive esse tipo de conversa", diz, sem perder a esperança de receber tal resposta. Carmelita lembra a última conversa que teve com a filha, então com 21 anos, uma semana antes da morte. Diz que ela não aparentava preocupação ou disse ter sido ameaçada. O que a deixa ainda mais aflita por respostas quando questionada o que seria, para ela, justiça. "Não sei nem dizer. Espero que ele seja condenado e cumprir essa pena todinha, se for 20 anos, 30 anos, 40 anos. Eu só tenho a dizer é que quem vai perder é só eu, quem perdeu fui eu. Ele tirou minha filha. Esse motivo, eu ainda não tive essa resposta", afirma. Luta para criar o tipo penal 'lesbocídio' Advogada da família e assistente de acusação do MP, Luanna Lago afirma que o caso de Ana Caroline se trata de um crime de ódio cometido contra uma mulher lésbica, o que é chamado de lesbocídio. Segundo ela, o fato de o réu passar por um júri popular (quando a pessoa é julgada por outros cidadãos em vez de um juiz de carreira) pode ser representativo a depender da decisão que envolva o caso de Carol, como Carmelita a chamava. "Quando essas pessoas compreendem a dinâmica do crime, a gravidade da situação e condenam esse indivíduo, a gente conclui que o povo não aceita mais que as mulheres, que as pessoas lésbicas sejam desumanizadas, sejam tratadas de forma monstruosa", afirma. Lago considera que uma eventual condenação fortalece a luta para que o lesbocídio vire um tipo penal, processo similar ao que ocorreu com o feminicídio. Caso a proposta avance, seria um crime seria agravado da mesma forma que um assassinato de mulheres pelo fato de serem mulheres é enquadrado desta maneira. A luta é para reconhecer o homicídio de uma mulher pelo fato de ela ser lésbica. "É importante trazer essa visibilidade, mostrar porque nós existimos, que esses casos estão acontecendo aqui", afirma Ana a ativista Maria Esteves, integrante do Coletiva Lesbo Amazônidas, que critica a invisibilidade de crimes de ódio praticados contra mulheres que se relacionam com mulheres. "Precisamos ter cada vez mais do apoio do poder público, da segurança pública, da assistência social, para que reconheça a nossa existência para desenvolver prevenção, promoção de direitos e, principalmente, a reparação para a família e para os amigos", diz a psicóloga.

FONTE: https://g1.globo.com/ma/maranhao/noticia/2025/11/05/reu-pelo-homicidio-de-ana-caroline-encontrada-sem-pele-do-rosto-e-olhos-sera-julgado-nesta-quarta-quem-perdeu-fui-eu-lamenta-mae.ghtml


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