Professor de música do MA monta 'bandinha' com alunos e viraliza com clássicos do rock nacional

  • 13/07/2025
(Foto: Reprodução)
Vídeo da apresentação de “Tempo Perdido”, de Legião Urbana, já ultrapassa 3 milhões de visualizações. Além de músico, Antonyel Pacheco, de 40 anos, é advogado por formação e integra há 16 anos a Companhia Barrica, grupo cultural tradicional do estado. Professor de música do MA monta 'bandinha' com alunos e viraliza com clássicos do rock Os instrumentos podem até ser pequenos, mas o som é de gente grande. Em São Luís, o professor Antonyel Pacheco, de 40 anos, encontrou no rock nacional uma forma criativa de ensinar música para crianças, e montou uma “bandinha” com seus próprios alunos. Veja acima. 🤘No Dia Mundial do Rock, celebrado neste domingo (13), conheça a história do projeto que saiu da sala de aula direto para a internet, onde viralizou com vídeos que já acumulam milhões de visualizações. Em entrevista ao g1, o professor contou que a ideia de montar a “bandinha” e gravar os vídeos surgiu dentro da própria sala de aula, que fica na sua casa, e também de uma vontade antiga de ter uma banda de rock. "Eu sempre quis montar uma banda de rock. Quando percebi que meus alunos tinham potencial, juntei todo mundo e começamos a ensaiar. Foi daí que nasceu a ideia da bandinha", conta o professor. Antonyel nasceu em Grajaú, no interior do Maranhão, e há mais de 20 anos dá aulas de música para crianças e adolescentes. Além de músico, é advogado por formação e integra há 16 anos a Companhia Barrica, grupo cultural tradicional do estado. “Eu sempre brincava, porque queria muito montar uma banda para fazer esse tipo de trabalho. Cheguei a ensaiar com alguns amigos incríveis, músicos maravilhosos, mas nunca dava certo por várias questões. E quando olhei para os meus alunos, pensei: por que não? Por que não aperfeiçoar isso e usar a aula para colher bons frutos?”, lembra. 🎸Como tudo começou Professor conta que começou na música aos 13 anos, em Grajaú (MA) Initial plugin text Autodidata desde cedo, o professor conta que aprendeu a tocar observando o pai, também músico. Aos 13 anos, ainda em Grajaú, montou sua primeira banda, de forró, com amigos da mesma idade, fazendo covers de grupos como Mastruz com Leite e Limão com Mel. A paixão pelo ensino veio logo depois, aos 16 anos, quando começou a dar aulas para outros colegas e nunca mais parou. “A ideia de lecionar música, de dar aula lá atrás, lá nos anos 2000, ela surge do interesse de tocar algo diferente, né? eu sempre quis montar uma banda de rock, pra dizer a verdade. Eu ensinei alguns amigos, e montamos uma banda em homenagem à Legião Urbana, chamada Zona Urbana, era uma banda que fazia covers da Legião Urbana”, conta. Segundo o professor, além do desejo antigo de formar uma banda, o que ajudou na criação do grupo foi a percepção de que alguns alunos demonstravam evolução musical e compartilhavam da mesma vontade. “Eles vinham com a mesma gana, com a mesma ideia”, lembra. A banda é composta por David Claro nos vocais, Yuri Guimarães na guitarra, Bernardo Damasceno na bateria e Benjamin Furtado no teclado. A gravação dos vídeos, segundo ele, faz parte da metodologia de ensino, como uma etapa do processo de aprendizado em que os alunos são preparados para registrar o resultado do que foi ensinado. Ele afirma que as publicações nas redes sociais surgiram naturalmente, com a intenção de mostrar o processo mais puro possível das aulas, registrando o progresso de cada aluno. “O vídeo é o recital do aluno, que ele apresenta e mostra o que ele precisa evoluir e o que não precisa”, explica. As aulas acontecem em uma sala reservada na casa do próprio professor. Com o passar dos anos, o projeto ganhou equipamentos melhores, como interfaces de áudio e microfones de qualidade, o que ajudou a ampliar o alcance dos vídeos. “O vídeo bateu 10 mil, nossa que legal, a gente comemorava. Esse bateu tantos mil, a gente comemorava. Então foram passos de cada vez, assim, tudo bem pensado. E isso passou a mudar muita coisa na vida, na relação”, relembra. As aulas acontecem em uma sala reservada na casa do próprio professor, com um repertório musical que transita por diversos gêneros Arquivo Pessoal 🤘O rock como filosofia Para o professor, o rock vai além de um gênero musical, é quase uma “filosofia de vida”. Ele explica que o rock tem uma “linha”, uma essência que envolve uma vivência quase religiosa, não no sentido tradicional, mas na intensidade com que quem o vive incorpora seus valores. “O rock, como eu falei, ele é uma linha filosófica que te abre a mente. Ele te coloca num patamar diferente para que você possa ter os pés no chão e fazer uma autocrítica de tudo, através das letras, através do som da guitarra pesada. Ele é rebelde, ele se rebela, ao mesmo tempo ele fala de amor” afirma o professor. Por esse motivo, segundo o professor, é possível manter o rock nacional presente na vida das novas gerações. “Isso traz meio que uma missão de passar isso para frente para as crianças, para que elas também possam vivenciar e sentir esse prazer incrível de ouvir uma boa música, de ouvir um bom rock. E tentar incentivá-los para que também possam passar para frente”. Segundo o professor, o resultado das aulas está na sensibilidade, na escuta, na percepção emocional e na autonomia que os alunos desenvolvem com o tempo, através do modelo multi-instrumental. Ele ressalta ainda que, apesar dos desafios, o apoio dos pais é fundamental para o sucesso do projeto. “Porque o resultado das aulas não é só a mecanização, não é só que o aluno aprenda a mecanizar, a tocar. Há alunos que desenvolvem bastante alguns instrumentos. [..] é como a introdução alimentar de uma criança. A criança, no começo, ela se mela toda, ela não sabe segurar, ela precisa de ajuda. E com o passar do tempo, ela vai desenvolvendo, vai começando a se alimentar sozinha, chega um certo ponto em que ela tem autonomia para escolher o que quer comer. E esse é o princípio das nossas aulas.” Um dos vídeos, em que a banda toca “Metamorfose Ambulante”, de Raul Seixas, considerado o pai do rock nacional, chamou a atenção da filha do cantor, Vivían Seixas Arquivo Pessoal/Montagem g1 O vocalista da bandinha, David Claro, de apenas 8 anos, é um dos exemplos de como o sentimento é parte do grupo. Segundo o professor Antonyel, quando sobe no palco, ele vive o que está fazendo. “Quando ele pega o microfone, ele vive o rock. Ele sente, ele expressa com a alma. Essa essência é a melhor forma de mostrar às pessoas que o rock é importante e deve ser levado para as próximas gerações.” Um dos vídeos, em que a banda toca “Metamorfose Ambulante”, de Raul Seixas, considerado o pai do rock nacional, chamou a atenção da filha do cantor, Vivían Seixas. No comentário, ela disse: “Chorei aqui, sorri aqui! Viva a Geração da Luz! Viva Raul!!! Amei, amei, amei! Quero contratar.” Em vídeo enviado ao g1, David também explicou, do seu jeito, como funcionam as aulas: “A gente ouve a música, a gente pega e a gente expressa, não verbalmente, mas expressando do nosso jeito.” LEIA TAMBÉM: Dia mundial do rock: qual clássico do estilo foi lançado no ano em que você nasceu? Eis quatro álbuns do rock brasileiro que fazem 40 anos sem perda da relevância Raul Seixas, 80 anos: oito curiosidades que você provavelmente não sabe sobre o cantor Caminhos e projetos para o futuro O professor Antonyel e os alunos participaram do Festival LED - Luz na Educação, uma iniciativa da Globo com a Fundação Roberto Marinhoo Arquivo Pessoal O sucesso da bandinha ganhou proporções nacionais, e o grupo foi convidado para se apresentar no Festival LED, promovido pela TV Globo em parceria com a Fundação Roberto Marinho, que aconteceu nos dias 13 e 14 de junho, no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro. A experiência, segundo ele, foi inesquecível. “É difícil traduzir em palavras como foi a experiência, que foi incrível. [..] Foi tudo mágico, foi tudo perfeito. A viagem, foram três dias... os meninos, as crianças, vivenciaram os passeios. Foi a realização do meu sonho em pessoa”, disse. Antonyel conta que abriu mão da advocacia para se dedicar integralmente à música. Segundo ele, há muitos planos para o projeto, incluindo a expansão da bandinha e a criação de outras turmas e formatos dentro da escola. No entanto, ele prefere que esse crescimento aconteça com calma. “É aquela coisa de você fazer um produto bom e, de repente, as pessoas começam a gostar. Aí você tenta expandir para muita gente, mas não tem material suficiente. Você acaba tendo que improvisar e, no fim das contas, perde a qualidade”, explica o professor Benefícios da música para o desenvolvimento infantil Além de emocionar e entreter, a música também tem um papel fundamental no desenvolvimento das crianças. Ao g1, a psicóloga Dra. Dayse Marinho Martins explicou que ela contribui para a formação cognitiva, emocional e social dos pequenos, seja no ambiente escolar ou em projetos como o da banda. 🎸Veja os principais benefícios da música para o desenvolvimento infantil, segundo a profissional: Estímulo ao desenvolvimento cerebral: por meio de conexões neurais relacionadas à linguagem, memória, emoção e coordenação motora. Melhoria da memória e da concentração: Aprender letras, ritmos e melodias ajuda a exercitar a memória de curto e longo prazo, além de melhorar o foco. Fortalecimento da linguagem e da comunicação: Cantar e escutar músicas favorece a pronúncia, o vocabulário, a entonação e a consciência fonológica, habilidades básicas para a alfabetização. Escuta ativa: a música treina o ouvido para distinguir sons, melodias, timbres e ritmos, o que contribui para a percepção auditiva e a atenção aos detalhes. ⁠Coordenação motora e percepção corporal: os ritmos melhoram o controle motor fino e grosso, além da lateralidade e noção espacial. Criatividade e imaginação: estimula a criar, improvisar, inventar sons, coreografias e histórias — habilidades fundamentais para a resolução de problemas e expressão artística. Regulação emocional e bem-estar: estimula a expressar, nomear, sentir e regular emoções, sendo ferramenta poderosa de autocuidado. Assertividade: sensibiliza para a empatia, a cooperação, o respeito ao outro, estimula a criação de vínculos afetivos essenciais para a socialização. ⁠Noção de tempo e ritmo: introduz a vivência de conceitos como sequência, repetição, tempo e ritmo, que além da consciência histórica são importantes também para a matemática e a organização do pensamento. ⁠Ampliação cultural: fomenta o contato com diferentes culturas, idiomas, histórias e valores, estimulando sensibilidade e respeito à diversidade. Veja também: Conheça locais de Salvador que marcaram a trajetória de Raul Seixas

FONTE: https://g1.globo.com/ma/maranhao/vem-ver-pequeno/noticia/2025/07/13/professor-de-musica-do-ma-monta-bandinha-com-alunos-e-viraliza-com-classicos-do-rock-nacional.ghtml


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