Cinco vereadores de Turilândia que se entregaram à polícia têm prisão convertida para domiciliar

  • 26/12/2025
(Foto: Reprodução)
Vereadores José de Ribamar, Inailce Nogueira, Gilmar Carlos, Mizael Soares e Sávio Araújo são suspeitos de corrupção em Turilândia Divulgação/Câmara de Turilândia Após audiência de custódia, a Justiça converteu para domiciliar as prisões dos cinco vereadores de Turilândia que se entregaram à polícia, na última quinta-feira (25), na Unidade Prisional de Pinheiro (MA). Todos são suspeitos de corrupção por desvios de R$ 56 milhões em dinheiro público. São eles: Gilmar Carlos (União Brasil) Savio Araújo (PRD) Mizael Soares (União) Inailce Nogueira (União) Ribinha Sampaio (União) Segundo o Ministério Público, a Justiça tem entendido que os vereadores devem ficar presos em casa durante as investigações, com uso de tornozeleira eletrônica, para que os município não fique sem comando, já que a prisão do prefeito Paulo Curió (União Brasil) foi mantida pela Justiça. 📲 Clique aqui e se inscreva no canal do g1 Maranhão no WhatsApp O prefeito, a vice, e a primeira-dama foram encaminhados para o Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, e a expectativa é que o presidente da Câmara de Vereadores assuma o comando do município nos próximos dias. Prefeito de Turilândia, Paulo Curió Divulgação Paulo Curió se entregou à polícia na manhã de quarta-feira (24), em São Luís, após permanecer dois dias foragido, assim como os cinco vereadores. Leia também: Operação contra desvio de R$ 56 milhões prende vice-prefeita e vereadores De acordo com o Ministério Público do Maranhão (MP-MA), 21 mandados de prisão foram expedidos no âmbito da investigação. Além dos gestores, empresários, servidores, vereadores e um secretário municipal de Agricultura do município são investigados por integrar o esquema de corrupção. Com a apresentação dos cinco vereadores, todos os alvos com mandado de prisão tiveram a ordem judicial cumprida. Sobre a operação Justiça manda prender prefeito, a vice e 11 vereadores de cidade no MA por corrupção Na decisão da 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Maranhão, os desembargadores citam investigação do Ministério Público que detalha como uma organização criminosa estruturada se instalou na Prefeitura e na Câmara Municipal de Turilândia, a 157 km de São Luís, para desviar recursos públicos, principalmente das áreas da Saúde e da Assistência Social. 📲 Clique aqui e se inscreva no canal do g1 Maranhão no WhatsApp Os atos de corrupção motivaram a criação da Operação Tântalo II, deflagrada na última segunda-feira (22), que levou à prisão o prefeito Paulo Curió (União Brasil) e a vice-prefeita Tânia Mendes. A ação é um desdobramento da Operação Tântalo, realizada pelo GAECO em fevereiro deste ano. Cinco vereadores suspeitos de desvio em Turilândia continuam foragidos Além dos gestores, há empresários, servidores, 10 vereadores e um ex-vereador investigados por integrar o esquema de corrupção. Atualmente, o ex-vereador atua como secretário municipal de Agricultura. Como funcionava o esquema Segundo o MP-MA, foram desviados mais de R$ 56 milhões por meio de empresas criadas de forma fictícia pelo prefeito e seus aliados. O grupo atuava de forma hierarquizada, com divisão clara de tarefas entre agentes políticos, operadores financeiros e empresários. Há indícios de organização criminosa, fraude à licitação, corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de dinheiro. As irregularidades teriam ocorrido durante a gestão do prefeito Paulo Curió, entre 2021 e 2025. Veja abaixo como era a participação do prefeito, da vice, e de outros agentes políticos, segundo o Ministério Público. O g1 tenta contato com a defesa de todos os suspeitos, mas ainda não obteve retorno. Prefeito Paulo Curió: liderança e destino final do dinheiro Operação investiga desvio de mais de R$ 56 milhões e mira prefeito e vereadores no MA De acordo com a investigação, o prefeito José Paulo Dantas Silva Neto, o Paulo Curió (União Brasil), era uma liderança na organização criminosa e destinatário de grande parte dos valores desviados. No esquema, ele atuava como: Ordenador de despesas do município. Direcionador de licitações. Pagador com recursos públicos, mesmo sem comprovação da execução dos serviços. Em um dos trechos citados na decisão, o Ministério Público afirma que o esquema funcionava por meio da chamada “venda de notas fiscais”, em que empresas contratadas “emitiam notas fiscais sem a correspondente prestação de serviços, devolvendo a maior parte dos valores ao núcleo político da organização”. Vice-prefeita Tânia Mendes: engrenagem do núcleo empresarial Tânia Mendes (vice-prefeita) e 11 vereadores de Turilândia estão envolvidos em desvios de dinheiro público, segundo o MP-MA Divulgação/Câmara de Turilândia Tânia Karla Cardoso Mendes Mendonça, vice-prefeita de Turilândia, aparece nos autos como integrante do núcleo empresarial e operacional da organização criminosa. Segundo o MP, ela era: Vinculada a empresas usadas no esquema. Participava na movimentação e circulação dos recursos desviados. A Justiça aponta que pessoas como Tânia Mendes eram essenciais para “dar aparência de legalidade às contratações e facilitar a lavagem de capitais”. Ela não é apontada como líder, mas como peça ativa na execução prática das fraudes. Ex-Vice-prefeita Janaina Lima: controle empresarial e retenção dos valores Janaína Lima, ex-vice-prefeita de Turilândia Divulgação/Justiça Eleitoral A ex-vice-prefeita Janaina Soares Lima é apontada como peça central do esquema, especialmente no núcleo empresarial. Ela teria atuado como controladora de fato do Posto Turi, empresa que mais recebeu recursos do município. Ela ainda: Atuava como procuradora da empresa, mesmo exercendo cargo político. Participava diretamente da retenção de percentuais dos contratos. Segundo os autos, diálogos interceptados mostram que Janaina tratava os valores retidos como um “imposto” dentro do esquema, além de cobrar diretamente o prefeito pela liberação de pagamentos. Janaína e seu marido, Marlon Zerrão - que é tio da atual vice-prefeita - tiveram um papel central no desvio de recursos. O Posto Turi recebeu R$ 17.215.000,00 dos cofres públicos de Turilândia, segundo o MP-MA. Janaína e Marlon firmaram um acordo com o prefeito Paulo Curió para reter 10% dos valores dos contratos do Posto Turi. Esse valor era destinado ao pagamento da faculdade de medicina de Janaína Lima, enquanto os 90% restantes eram entregues ao prefeito ou a quem ele indicasse. Vereadores: apoio político e omissão na fiscalização Tânia Mendes (vice-prefeita) e 10 vereadores de Turilândia são suspeitos de desvios de dinheiro público, segundo o MP-MA Divulgação/Câmara de Turilândia As decisões judiciais apontam que a Câmara Municipal de Turilândia também foi integrada ao esquema. Segundo a investigação, os parlamentares: Teriam sido cooptados politicamente. Recebiam pagamentos periódicos. Garantiam apoio ao prefeito e se omitiram do dever de fiscalização. A investigação destaca também que os valores desviados “não apenas enriqueciam o prefeito e sua família, mas também eram distribuídos aos vereadores”. A Justiça autorizou busca e apreensão nos gabinetes parlamentares, para recolher documentos, registros financeiros e comunicações. Wandson Jhonathan Barros: o operador financeiro Apontado como o principal operador do esquema, Wandson Jhonathan Barros é descrito como o responsável pela engenharia financeira dos desvios. Ele: Gerenciava a circulação do dinheiro. Distribuía valores entre políticos e empresas. Criava empresas de fachada e utilizava “laranjas”. Recebia 3% sobre contratos fraudados. O processo afirma que ele atuava como “braço direito" do prefeito, recebendo ordens diretas, minutando documentos oficiais, recebendo pagamentos, distribuindo propinas e gerenciando toda a logística dos desvios”. Empresas usadas para desviar dinheiro Posto Turi - Empresa que mais recebeu recursos públicos. Firmou dezenas de contratos considerados incompatíveis com a realidade do município. Luminer Serviços Climatech Refrigeração SP Freitas Júnior JEC Empreendimentos Potencial Empreendimentos Segundo os autos, essas empresas “emitiam notas fiscais sem contraprestação real e devolviam os valores ao núcleo político”. O que dizem os suspeitos Em nota, a vice-prefeita Tânya Mendes afirmou que foi surpreendida com a operação, e que está à disposição da Justiça para colaborar com as investigações. Tânia declarou ainda que sua atuação sempre foi pautada pela integridade e que não atua na área financeira da administração municipal. A primeira-dama do município, Eva Dantas, declarou que compareceu de forma espontânea às autoridades para prestar esclarecimentos, com postura colaborativa, confiando na condução da Justiça. Eva afirmou ainda que todas as medidas seguem orientação jurídica, e eventuais manifestações adicionais serão feitas no momento oportuno. Também em nota, a defesa do prefeito de Turilândia, Paulo Curió, informou que ele está cumprindo todas as medidas determinadas pela Justiça e que permanece à disposição para prestar esclarecimentos. O prefeito afirmou ainda confiar na condução das investigações e no esclarecimento dos fatos. O g1 tenta contato com a defesa dos demais suspeitos, mas ainda não obteve retorno.

FONTE: https://g1.globo.com/ma/maranhao/noticia/2025/12/26/cinco-vereadores-de-turilandia-que-se-entregaram-a-policia-tem-prisao-convertida-para-domiciliar.ghtml


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